domingo, 3 de outubro de 2010

BACKSPACE IN REAL LIFE, NOW


Pedi pra mãe – me interna, to infeliz pra caralho.
Aquela velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não.
Eu não quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era... Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero. Desde que ele fora embora, eu ouço versos que me falam sobre amores arruinados, o coração já não bate, esquecera completamente o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que não sei como ele reage, porque os dias estão vazios. Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. Acreditava nisso piamente porque ele estava ao meu lado, agora que se foi, tudo é cinza. E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar. Porra eu preciso ser internada.

Caio Fernando Abreu.


Parece que eu sinto quando as coisas vão acontecer. Li este texto do Caio - me sinto íntima pois as vezes ele fala por mim - esses dias e salvei aqui no meu computador, e hoje depois de se passar dias, este se parece escrito por mim, agora.

2 comentários:

  1. as vezes um pouco de adrenalina, conflitos e anseios ajudam a acabar com o marasmo e a "depressão" e beber sempre é uma forma de fugir, de se abster. encarar a realidade é muito dificil, pois as vezes fingir estar cego é melhor por que não dói

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